SOBRE se (re)encantar, (re)descobrir e (re)encontrar leveza
Quando crianças tudo é novidade e encantamento. Nossos olhos curiosos ficam feito radar atentos à tudo ao nosso redor. Uma simples formiga ou folhinha se mexendo no chão chama a nossa atenção. Um pequeno ou grande barulho nos leva a procurar de onde vem esse som. Um toc toc na porta faz o pensamento ir longe, imaginando quem ou o que está atrás daquela porta. Uma pequena e colorida florzinha já nos desperta a compartilhar e doar amor e arrancar sorrisos e brilho nos olhos de nossa mãe.
Pequenos grandes detalhes que quando crianças saltam aos nossos olhos e que vamos perdendo ao longo da nossa caminhada para a vida adulta pelo que a sociedade nos diz e nos cobra sobre o que é ser e se comportar como adulto(a). De forma geral, cumprir tarefas, responder a compromissos e pagar contas. E cada vez mais longe desse olhar de encantamento pela simplicidade e beleza da vida vamos nos fechando, endurecendo, embrutecendo, adoecendo. Entramos em um processo de desarmonia por muitas vezes enxergarmos só o lado ruim das coisas ou sentirmos só o peso do “ser adulto”. Abandonamos a simplicidade e transformamos quase tudo em peso e dificuldade.
Não é à toa que temos tantas pessoas em depressão na atualidade. Vivendo (de)pressão e (na pressão) ou digamos que de-pressão na pressa, na correria, só executando, cumprindo tarefas e compromissos, passando pela vida. E nesse passar, muitas perdas se concretizam. E quando se vê já passou o dia, já passou a semana e mais um ano chegou ao fim. Quando se vê, o estresse já está instalado, com ele a irritabilidade e tantos outros sintomas que parecem ser a normalidade na vida adulta na sociedade atual. Mas será? Será que só existe essa possibilidade? Será que ser adulto é realmente deixar para trás tudo o que fomos quando crianças? Será que ser adulto é abrir mão do olhar de encantamento e curiosidade pela vida e tudo o que desperta alegrias, emoções e aprendizados de forma lúdica e simples?
Será que não há um caminho de harmonia entre o ser criança e ser adulto? Será que não é possível realizar tarefas, compromissos, ter condições de pagar as contas mas mantendo vivo em nós tudo que nossa criança representa? Tudo o que nossa essência pede, já baixinho e sem forças em um corpo adoecido ou resistente, grita tentando chamar a atenção e nos acordar?
Sim, eu acredito que sim, que é possível.
Eu acredito que é possível vivermos tudo que a vida adulta nos apresenta enquanto responsabilidades, mas que podemos buscar um caminho na contramão do que é dito como normal para a vida adulta na atualidade. Um caminho mais leve, fluido, saudável e harmonioso ao fazermos as pazes com nossa criança interior e tudo o que ela representa para nós. É possível através do autoconhecimento e do reencontro com nós mesmos, despindo-nos das regras, padrões e paradigmas impostos e (re)descobrindo o que nos encanta, nos aguça a curiosidade e estimula a nossa imaginação tornando nossa vida menos pesada, menos depressiva e mais criativa.
E você, acredita?
Pois é sobre esse se (re)encantar e (re)descobrir para (re)encontrar a leveza que iremos papear muito por aqui no blog. Sobre esse olhar de encantamento e curiosidade pela vida e tudo o que desperta alegrias, emoções e aprendizados de forma lúdica e simples. Além de dicas e inspirações para usarmos dos nossos cadernos, da escrita e outras formas de expressão criativa como ferramentas para o autoconhecimento e autocuidado e assim podermos trilhar uma caminhada passo a passo com mais leveza e bem-estar, sem perdermos a alegria das cores e sabores de cada momento.
E para finalizarmos esse papo de hoje (e com muito carinho, de abertura do blog), que tal pegar seu caderninho e fazer uma lista das coisas que lhe encantam, despertam sua curiosidade, estimulam a sua imaginação e criatividade? Resgate sua memória através da escrita e escreva quais eram os prazeres da sua infância e as sensações ao lembrar e descrever. Pense em quais você mantem hoje na sua vida, ou deixou guardadinhos apenas nas lembrança e por que não se permite mais esses prazeres. (Re)descubra o que te encanta, aguça a curiosidade e estimula a sua imaginação e se permita momentos para vivenciar esses prazeres tornando a vida menos pesada, menos depressiva e mais criativa.
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