ESCREVER…Minha prática ZEN e pode ser a sua também

 

Você já pensou e/ou mesmo experimentou a meditação buscando pelos seus inúmeros benefícios mas não conseguiu levar a prática adiante? Já parou para pensar que a escrita livre, espontânea e terapêutica pode te trazer muitos benefícios semelhantes? Veja o que a Natalie Goldeberg descreve em seu livro: “Escrevendo com a Alma” sobre a sua visão para a diferença entre a meditação e a prática de escrever enquanto alguém que conhece e experimenta as duas práticas:

“Quando pratico meditação sentada, o objetivo é me desapegar dos pensamentos e ancorar a minha mente na respiração, naquele presente momento. Mas, claro, não é tão fácil assim. Quando você medita com frequência, percebe que aqueles pensamentos são pegajosos e insistem em reaparecer. Na prática de escrever, você pega esses pensamentos e os põe no papel e, pondo-os no papel, você pula para o próximo e vai passando por eles. Você amarra a mente na caneta. Os pensamentos passam a ser como um riacho que corre ligeiro, enquanto você permanece ali sentado. Os pensamentos, portanto, não são tão pegajosos assim. De certa maneira, a prática de escrever é um caminho mais curto para alcançar a quietude interior. Consigo repassar os pensamentos e depois descartá-los, ao passo que, na meditação, não tenho chance de colocá-los para fora e demoro muito tempo para digeri-los. Eles simplesmente ficam por ali, circulando pelo céu da boca da minha mente. Trata-se, portanto, de um processo diferente. É um processo paralelo. Escrever é, para mim, a prática zen mais profunda de todas”.

Muito bom não é?! Escrever é uma oportunidade de diminuir a ruminação e desacelerar. É uma oportunidade de deixar os pensamentos irem e virem sem se prender a eles, aprendendo a sentir e viver cada vez mais o momento presente sem ficar preso a intensidade dos pensamentos que circulam em nossa mente o tempo inteiro…para mim, escrever também é a prática zen mais profunda de todas.

Em meio a tantas atividades e papéis diversos que exercemos no nosso dia a dia, vamos seguindo o fluxo, cumprindo tarefas, compromissos, nos esforçando para dar conta de tudo. E nesse ritmo, vamos acumulando estresse, pesos desnecessários e cansaço em meio a uma avalanche de informações, pedidos e coisas a responder e fazer.
São muitas as demandas ao longo do dia somados a uma grande quantidade de informações que nos chegam direta ou indiretamente. E esse acúmulo de coisas nos deixa com um fluxo de pensamentos ainda mais ativo. Você sabia que a ciência já comprovou que temos em média de 60 a 90 mil pensamentos por dia? É fato! Nossa cabecinha não para…e somando nossos pensamentos à quantidade de informações e coisas a fazer e responder; é muito barulho!

E vamos ali, tentando equilibrar os pratos na mão ou buscando organizar os pensamentos e com eles a agenda e a vida. Por vezes parece que nossos pensamentos andam tão atropelados quanto nosso ritmo atual nesta vida, dita contemporânea. Outras vezes, sentimos que eles é que de tão intensos estão nos atropelando. Vêm também como uma avalanche. Antes mesmo de concluirmos um pensamento, outro já nos atravessou e vivemos em um constante desafio de manter nossa atenção, de conseguir focar em uma atividade por vez e seguimos, tentando atender a todas as demandas em um ritmo cada vez mais acelerado. E neste ritmo, escutamos à tudo e todos, respondemos à tudo e todos e acabamos com muita dificuldade de aquietar, nos escutar e cuidar de nós mesmos, ouvirmos nossas próprias necessidades e demandas.

Como você se senti nesse fluxo? Quando se permite fazer algo por você? Algo que te agrade, te nutra, te inspire? Em que momento nesse corre corre cotidiano você consegue parar, se olhar, se enxergar, se sentir, se cuidar e entender as suas próprias necessidades?

Uma pausa…às vezes uma simples pausa é suficiente para silenciar, desacelerar, reencontrar a paz e seguir com leveza. Pausas são formas de nos nutrir e gerar bem-estar. E se pensarmos bem, não seria exatamente este um dos objetivos da meditação? Nos permitirmos pausas para nos reconectarmos através de uma atividade que nos leva a estar no momento presente, desacelerar e com isso podermos nos aquietar, nos observar e nos voltarmos para nós mesmos?

Sim, a meditação é um caminho para conseguirmos esse objetivo. Um caminho para silenciar os barulhos externos, nos voltar a nós mesmos e nos escutar e assim acalmar nossa mente, desacelerar e aquietar. E o mesmo podemos conseguir através da escrita livre, espontânea e terapêutica.

A escrita é uma forma de nos permitir essa pausa restauradora; uma oportunidade de se autocuidar, se autoamar, se perceber e sentir a vida. Assim como na meditação, através da escrita com este propósito, conseguirmos silenciar os barulhos externos, nos voltar a nós mesmos, nos escutar e assim acalmar nossa mente, desacelerar e aquietar.

Você já pensou em usar a escrita como sua prática zen? Como um caminho para diminuir a ruminação e desacelerar? Principalmente naqueles dias em que muitas coisas aconteceram e sua cabeça está super ativa, os pensamentos estão se atropelando, o ponteiro do relógio parece que vai girando veloz, no ritmo dos seus pensamentos e nada de você conseguir dormir; escrever é uma oportunidade de deixar os pensamentos irem e virem sem se prender a eles. Ao depositar pensamentos e sentimentos nas páginas do seu caderno, você vai aos poucos desacelerando, acalmando e sentindo cada vez mais o momento presente, sem ficar preso a intensidade dos pensamentos que estavam ali, circulando em sua mente sem lhe deixar dormir.

Experimente! Deixe seu caderninho ali, ao lado da cama e simplesmente escreva livremente e vá acalmando a mente para uma boa noite de sono. Use a escrita como sua prática zen. Como uma ferramenta de autoconhecimento e autocuidado e sinta os benefícios no seu dia a dia. 

 

Adriane Nóbrega

Adriane Nóbrega é escritora da própria história e acredita que um belo caminho para alcançar mudanças e transformações para uma vida com mais leveza e bem-estar é através do autoconhecimento e autocuidado por meio da escrita, da literatura, práticas meditativas e contemplativas e outras formas de expressão criativa. Assim, desenvolve recursos e práticas terapêuticas, além de Imersões, Oficinas, Curso de Escrita Terapêutica e outros serviços para te inspirar e auxiliar a escrever sua história com leveza, encantamento e criatividade, aprendendo muito com seus próprios caderninhos e com a vida.

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2 Comentários

  1. Artigo interessante, irei até retornar ao seu site com mais
    frequência, para mais artigos como estes. Obrigada

    • Adriane Nóbrega

      Oi Maria Silva, que bom que gostou e fez sentido pra você! Obrigada pelo retorno e sinta-se sempre muito bem vinda ao blog. Estou inclusive trabalhando em novos textos/conteúdos com esse tema sobre a escrita e seus benefícios. Inclusive sobre essa conexão da escrita e meditação como oportunidades de momentos de pausa, de autocuidado e seus inúmeros benefícios. Será uma alegria a sua companhia por aqui no blog e também no nosso Instagram @papolie.adriane Por lá, trago muitas inspirações e momentos do meu dia a dia com esse mesmo olhar. 🙂 Abraço

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